domingo, 28 de novembro de 2010

Literatura e Resistência

Lista de livros que se encontram na biblioteca do NAVE .

A Sociedade Global ( Octavio Ianni)
Política,Sociologia e Teoria Social (Anthony Giddens)
O Processo Civilizatório (Darcy Ribeiro)
Liberdade ou Capitakismo (Ulrich Beck)
Um Enigma Chamado Brasil (Andre Botelho e Lilia Moritz Schwarrtz)
Mundo em Descontrole (Anthony Giddens)
Desvio e Divergência (Gilberto Velho)
Mudança,Crise e Violência (Gilberto Velho)
O Governo no Futuro (Noam Chomsky)
Uma Nova Geração Define o Limite (Noam Chomsky)
Problemas do Conhecimento e da Liberdade (Noam Chomsky)
Como Sair Dessa?(Vários Autores)
Subdesenvolvimento e Estagnação na América Latina (Celso Furtado)
Rio de Janeiro: Cultura,Política e Conflito (Gilberto Velho)
O Liberalismo Político (John Rawls)
Para Entender o Poder (Noam Chomsky)
Brasil Contemporâneo (Vários Autores)
1968 Eles Só Queriam Mudar o Mundo (Regina Zappa e Ernesto Soto)
Verdadeira Revolução Brasileira (Vários Autores)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

DiáLivros: O ferrageiro de Carmona

O ferrageiro de Carmona

Um ferrageiro de Carmona,

que me informava de um balcão:

"Aquilo? É de ferro fundido,

foi a forma que fez, não a mão.

Só trabalho em ferro forjado

que é quando se trabalha ferro

então, corpo a corpo com ele,

domo-o, dobro-o, até o onde quero.

O ferro fundido é sem luta

é só derramá-lo na forma.

Não há nele a queda de braço

e o cara a cara de uma forja.

Existe a grande diferença

do ferro forjado ao fundido:

é uma distância tão enorme

que não pode medir-se a gritos.

Conhece a Giralda, em Sevilha?

De certo subiu lá em cima.

Reparou nas flores de ferro

dos quatro jarros das esquinas?

Pois aquilo é ferro forjado.

Flores criadas numa outra língua.

Nada têm das flores de forma,

moldadas pelas das campinas.

Dou-lhe aqui humilde receita,

Ao senhor que dizem ser poeta:

O ferro não deve fundir-se

nem deve a voz ter diarréia.

Forjar: domar o ferro à força,

Não até uma flor já sabida,

Mas ao que pode até ser flor

Se flor parece a quem o diga.


João Cabral de Melo Neto


Esse texto me inspirou muito na hora da minha postagem.Além de ter haver com o tema da  2º edição do Diálivros,ele também fala de como é feita a criação de um poeta. O texto fala de como um poeta faz a sua poesia, como ele dá a forma desejada. Simplesmente, escrever não é o bastante, mas sim expressar o que você quer dizer através das palavras.


Leonam Monteiro

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Francisco Evandro de Oliveira (Farick)

Galera,

Quem quiser ler mais textos do Francisco Evandro, é só acessar esse link:

http://recantodasletras.uol.com.br/autor_textos.php?id=30828

O Amanhecer no Campo

O Amanhecer no Campo - Francisco Evandro de Oliveira

O campo florido exalava
o duplo perfume das flores
e da brisa da manhã.
Ao correr pelo campo sinto
o éter da natureza beijar minha face.

O lindo cantar dos pássaros,
deixam-me inebriado de prazer.
O sol chega de mansinho
e começa a derreter o orvalho da noite.

São instantes de uma beleza perene,
quando se sente o amanhecer no campo.
Paro, olho, esqueço da vida.
A corrupção passa ao longe,
A iniqüidade não se faz presente,
a cobiça desistiu de nele habitar.

Só vejo o belo e a pureza do povo
no amor maior do campo;
o amanhecer.

Ao Longo da Estrada

Ao Longo da Estrada - Francisco Evandro de Oliveira

Nasci em uma rede, ao longo da estrada,
Corria quando criança, ao longo da estrada.
Brinquei, rezei e chorei, ao longo da estrada.
Lutei, amei e passei, ao longo da estrada.
Após séculos de delírios, amarguei as desilusões.
Ao longo da estrada.
Ao longo da estrada deixei, as saudades
que machucaram
o coração deste nauta Perdido, ao longo da estrada.
Mas, ao longo da estrada está a vida que
pulsa e Realça em mim.

Francisco Evandro de Oliveira


     Francisco Evandro de Oliveira, o Farick, nasceu em Fortaleza e tem 63 anos de idade. Oficial da Reserva do Exército e professor de matemática e física, com especializações em planejamento educacional e medidas de aceleração de aprendizagem. Pós-graduado em matemática pela Universidade Federal Fluminense, do Rio de Janeiro, e em Psicopedagogia pela Universidade Castelo Branco.
     È membro  titular do Conselho Acadêmico e do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores Piracicaba, membro correspondente da Academia Cachoeirense de Letras, Acadêmico da Academia Internazionale II Convívio - Sicília - Itália, membro correspondente da Academia de Letras e Artes de Paranapuã e da Academia Matiense de Letras.


Nem no Natal
Jesus, Buda, Confúcio e Maomé estavam reunidos em um bosque, bem a
sombra de um arco-íris de luz e dialogavam sobre o que acontecera com o
nosso Mundo, o qual estava bem diferente do que eles haviam ensinado.
Então, Jesus olhou para Buda e lhe perguntou: Buda, por que o teu rebanho
vive a morrer de fome com tanto gado nos pastos e nos pastos dos países dos
teus seguidores?
Buda pensou e lhe respondeu: Mestre, é porque eles esqueceram e não
praticam os teus ensinamentos que nos diz que o que contamina o homem
não é o que entra pela boca, mas, o que dela sai que são as palavras; porque
as palavras podem ferir, dilacerar e às vezes, pode provocar uma tragédia.
Até na noite de natal eles morrem e passam fome com tanto alimento que foi
abençoado por nosso Deus.
Buda, então, se calou e passou a refletir o que ele poderia fazer para que seus
seguidores pudessem mudar de idéia a respeito do alimento.
Em seguida ele olhou para Maomé e lhe questionou: Maomé, por que teu
rebanho está todo manchado com o sangue dos justos e dos inocentes?
Maomé olhou para Buda e lhe respondeu: Eles esqueceram nossos
ensinamentos, não há mais paz e amor em seus corações e nem no natal eles
buscam o amor de seu criador. É uma lástima, nós termos que vê-los serem
dizimados por suas incompreensões e rudezas de seus corações, só muito amor
os transformará e os salvará.
Confúcio olhou para Jesus e lhe inquiriu: Mestre, Por que teu rebanho está tão
dividido e proliferado em várias divisões?
Porque eles esqueceram de minha máxima – um só rebanho e um só pastor. As
conveniências sociais estão dividindo o meu rebanho e eles cada vez mais têm
divergências de idéias entre si.
Buscam-me e ao nosso pai celestial conforme os seus interesses e finalizou:
nem no natal eles se unem a minha volta. Falta tudo neles, principalmente
amor ao seu criador.
Maomé, então olhou para Confúcio e questionou? Por que teu rebanho que é
o mais numeroso, escraviza o pobre camponês e mata as crianças fêmeas ao
nascerem?
É por que os dirigentes esqueceram que foi uma madona que gerou o filho de
Deus e de muitas mulheres nasceram os gênios que iluminaram e permeiam a
Terra.
Nem no natal, eles deixam de dizimar os prisioneiros.
Está faltando amor, compreensão e perdão para o meu rebanho.
Então, Jesus falou novamente. A única coisa que temos que fazer é lhe
proporcionar amor que é a fonte da vida, sem amor, eles se tornarão ainda
mais cruéis e desumanos e virão anos que nem no natal eles esquecerão que
nós existimos.
Então, eles saíram caminhando e foram mentalizar amor a fim de que o
natal fosse diferente para milhões de pessoas naquela noite de paz, amor e
harmonia. Na volta Confúcio olhou para os outros grandes mestres e disse:
pensando bem seria bem melhor que o mestre Jesus voltasse à Terra e fosse
ver de perto como está sendo uma noite de natal. Jesus concordou e veio de
volta à Terra para passar uma noite.
Então, quando ele aqui chegou resolveu andar pelo mundo em busca de amor,

o qual está tão distante dos corações dos homens, depois de muito caminhar e
observar, ele verificou que a fome chegara e ele entrou na primeira casa, mas os
habitantes não o reconheceram e não lhe davam atenção.
Ao longo das ruas podia se sentir o cheiro dos alimentos nas cozinhas das casas,
contudo, Jesus percebia a fome estampada nos rostos de alguns transeuntes que
caminhavam consigo.
Quanto mais a fome apertava mais e mais ele procurava se alimentar, todavia,
ninguém lhe dava atenção.
Então, Jesus resolveu ir para outro continente e escolheu o Oriente Médio.
Lá a situação estava pior porque além da fome, também havia os homens bombas
que se dilaceravam, explodindo a si mesmo e levavam consigo vários e vários
inocentes, que lástima! Assim pensou Jesus.
Em alguns lugares nevava, mas, os donos da casas não o deixavam descansar a
cabeça e lhe agasalhar em seus lares...
O filho do homem passeava pela terra e nenhum cristão o acudia, estava sendo
terrível!
Tentou entrar em algumas igrejas evangélicas, lá os pastores só pregavam
exaltando o poder de satã e a maneira como combate-lo, pouco se falava do pai
celestial.
Jesus e grande pai lá em cima estavam triste com tudo isto!
A noite acabou e dentro das casas ele só via o povo a comer e beber, o amor não
existia e em outros lugares a situação ainda estava pior porque também não havia
paz.
Muitos lutavam pela liberdade que é o maior de todos os bens do homem ao longo
de sua existência.
O natal passou e Jesus voltou para a casa de seu pai sem poder comemorar com a
grande família que o pai eterno deixou na terra.
O natal havia perdido o seu sentido máximo, que é a confraternização entre as
pessoas e famílias porque estava sendo difícil haver amor na terra. Então, Jesus
chorou por ter visto como o homem havia se afastado do pensamento e desejo do
criador.