domingo, 28 de novembro de 2010

Literatura e Resistência

Lista de livros que se encontram na biblioteca do NAVE .

A Sociedade Global ( Octavio Ianni)
Política,Sociologia e Teoria Social (Anthony Giddens)
O Processo Civilizatório (Darcy Ribeiro)
Liberdade ou Capitakismo (Ulrich Beck)
Um Enigma Chamado Brasil (Andre Botelho e Lilia Moritz Schwarrtz)
Mundo em Descontrole (Anthony Giddens)
Desvio e Divergência (Gilberto Velho)
Mudança,Crise e Violência (Gilberto Velho)
O Governo no Futuro (Noam Chomsky)
Uma Nova Geração Define o Limite (Noam Chomsky)
Problemas do Conhecimento e da Liberdade (Noam Chomsky)
Como Sair Dessa?(Vários Autores)
Subdesenvolvimento e Estagnação na América Latina (Celso Furtado)
Rio de Janeiro: Cultura,Política e Conflito (Gilberto Velho)
O Liberalismo Político (John Rawls)
Para Entender o Poder (Noam Chomsky)
Brasil Contemporâneo (Vários Autores)
1968 Eles Só Queriam Mudar o Mundo (Regina Zappa e Ernesto Soto)
Verdadeira Revolução Brasileira (Vários Autores)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

DiáLivros: O ferrageiro de Carmona

O ferrageiro de Carmona

Um ferrageiro de Carmona,

que me informava de um balcão:

"Aquilo? É de ferro fundido,

foi a forma que fez, não a mão.

Só trabalho em ferro forjado

que é quando se trabalha ferro

então, corpo a corpo com ele,

domo-o, dobro-o, até o onde quero.

O ferro fundido é sem luta

é só derramá-lo na forma.

Não há nele a queda de braço

e o cara a cara de uma forja.

Existe a grande diferença

do ferro forjado ao fundido:

é uma distância tão enorme

que não pode medir-se a gritos.

Conhece a Giralda, em Sevilha?

De certo subiu lá em cima.

Reparou nas flores de ferro

dos quatro jarros das esquinas?

Pois aquilo é ferro forjado.

Flores criadas numa outra língua.

Nada têm das flores de forma,

moldadas pelas das campinas.

Dou-lhe aqui humilde receita,

Ao senhor que dizem ser poeta:

O ferro não deve fundir-se

nem deve a voz ter diarréia.

Forjar: domar o ferro à força,

Não até uma flor já sabida,

Mas ao que pode até ser flor

Se flor parece a quem o diga.


João Cabral de Melo Neto


Esse texto me inspirou muito na hora da minha postagem.Além de ter haver com o tema da  2º edição do Diálivros,ele também fala de como é feita a criação de um poeta. O texto fala de como um poeta faz a sua poesia, como ele dá a forma desejada. Simplesmente, escrever não é o bastante, mas sim expressar o que você quer dizer através das palavras.


Leonam Monteiro

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Francisco Evandro de Oliveira (Farick)

Galera,

Quem quiser ler mais textos do Francisco Evandro, é só acessar esse link:

http://recantodasletras.uol.com.br/autor_textos.php?id=30828

O Amanhecer no Campo

O Amanhecer no Campo - Francisco Evandro de Oliveira

O campo florido exalava
o duplo perfume das flores
e da brisa da manhã.
Ao correr pelo campo sinto
o éter da natureza beijar minha face.

O lindo cantar dos pássaros,
deixam-me inebriado de prazer.
O sol chega de mansinho
e começa a derreter o orvalho da noite.

São instantes de uma beleza perene,
quando se sente o amanhecer no campo.
Paro, olho, esqueço da vida.
A corrupção passa ao longe,
A iniqüidade não se faz presente,
a cobiça desistiu de nele habitar.

Só vejo o belo e a pureza do povo
no amor maior do campo;
o amanhecer.

Ao Longo da Estrada

Ao Longo da Estrada - Francisco Evandro de Oliveira

Nasci em uma rede, ao longo da estrada,
Corria quando criança, ao longo da estrada.
Brinquei, rezei e chorei, ao longo da estrada.
Lutei, amei e passei, ao longo da estrada.
Após séculos de delírios, amarguei as desilusões.
Ao longo da estrada.
Ao longo da estrada deixei, as saudades
que machucaram
o coração deste nauta Perdido, ao longo da estrada.
Mas, ao longo da estrada está a vida que
pulsa e Realça em mim.

Francisco Evandro de Oliveira


     Francisco Evandro de Oliveira, o Farick, nasceu em Fortaleza e tem 63 anos de idade. Oficial da Reserva do Exército e professor de matemática e física, com especializações em planejamento educacional e medidas de aceleração de aprendizagem. Pós-graduado em matemática pela Universidade Federal Fluminense, do Rio de Janeiro, e em Psicopedagogia pela Universidade Castelo Branco.
     È membro  titular do Conselho Acadêmico e do Colegiado Acadêmico do Clube dos Escritores Piracicaba, membro correspondente da Academia Cachoeirense de Letras, Acadêmico da Academia Internazionale II Convívio - Sicília - Itália, membro correspondente da Academia de Letras e Artes de Paranapuã e da Academia Matiense de Letras.


Nem no Natal
Jesus, Buda, Confúcio e Maomé estavam reunidos em um bosque, bem a
sombra de um arco-íris de luz e dialogavam sobre o que acontecera com o
nosso Mundo, o qual estava bem diferente do que eles haviam ensinado.
Então, Jesus olhou para Buda e lhe perguntou: Buda, por que o teu rebanho
vive a morrer de fome com tanto gado nos pastos e nos pastos dos países dos
teus seguidores?
Buda pensou e lhe respondeu: Mestre, é porque eles esqueceram e não
praticam os teus ensinamentos que nos diz que o que contamina o homem
não é o que entra pela boca, mas, o que dela sai que são as palavras; porque
as palavras podem ferir, dilacerar e às vezes, pode provocar uma tragédia.
Até na noite de natal eles morrem e passam fome com tanto alimento que foi
abençoado por nosso Deus.
Buda, então, se calou e passou a refletir o que ele poderia fazer para que seus
seguidores pudessem mudar de idéia a respeito do alimento.
Em seguida ele olhou para Maomé e lhe questionou: Maomé, por que teu
rebanho está todo manchado com o sangue dos justos e dos inocentes?
Maomé olhou para Buda e lhe respondeu: Eles esqueceram nossos
ensinamentos, não há mais paz e amor em seus corações e nem no natal eles
buscam o amor de seu criador. É uma lástima, nós termos que vê-los serem
dizimados por suas incompreensões e rudezas de seus corações, só muito amor
os transformará e os salvará.
Confúcio olhou para Jesus e lhe inquiriu: Mestre, Por que teu rebanho está tão
dividido e proliferado em várias divisões?
Porque eles esqueceram de minha máxima – um só rebanho e um só pastor. As
conveniências sociais estão dividindo o meu rebanho e eles cada vez mais têm
divergências de idéias entre si.
Buscam-me e ao nosso pai celestial conforme os seus interesses e finalizou:
nem no natal eles se unem a minha volta. Falta tudo neles, principalmente
amor ao seu criador.
Maomé, então olhou para Confúcio e questionou? Por que teu rebanho que é
o mais numeroso, escraviza o pobre camponês e mata as crianças fêmeas ao
nascerem?
É por que os dirigentes esqueceram que foi uma madona que gerou o filho de
Deus e de muitas mulheres nasceram os gênios que iluminaram e permeiam a
Terra.
Nem no natal, eles deixam de dizimar os prisioneiros.
Está faltando amor, compreensão e perdão para o meu rebanho.
Então, Jesus falou novamente. A única coisa que temos que fazer é lhe
proporcionar amor que é a fonte da vida, sem amor, eles se tornarão ainda
mais cruéis e desumanos e virão anos que nem no natal eles esquecerão que
nós existimos.
Então, eles saíram caminhando e foram mentalizar amor a fim de que o
natal fosse diferente para milhões de pessoas naquela noite de paz, amor e
harmonia. Na volta Confúcio olhou para os outros grandes mestres e disse:
pensando bem seria bem melhor que o mestre Jesus voltasse à Terra e fosse
ver de perto como está sendo uma noite de natal. Jesus concordou e veio de
volta à Terra para passar uma noite.
Então, quando ele aqui chegou resolveu andar pelo mundo em busca de amor,

o qual está tão distante dos corações dos homens, depois de muito caminhar e
observar, ele verificou que a fome chegara e ele entrou na primeira casa, mas os
habitantes não o reconheceram e não lhe davam atenção.
Ao longo das ruas podia se sentir o cheiro dos alimentos nas cozinhas das casas,
contudo, Jesus percebia a fome estampada nos rostos de alguns transeuntes que
caminhavam consigo.
Quanto mais a fome apertava mais e mais ele procurava se alimentar, todavia,
ninguém lhe dava atenção.
Então, Jesus resolveu ir para outro continente e escolheu o Oriente Médio.
Lá a situação estava pior porque além da fome, também havia os homens bombas
que se dilaceravam, explodindo a si mesmo e levavam consigo vários e vários
inocentes, que lástima! Assim pensou Jesus.
Em alguns lugares nevava, mas, os donos da casas não o deixavam descansar a
cabeça e lhe agasalhar em seus lares...
O filho do homem passeava pela terra e nenhum cristão o acudia, estava sendo
terrível!
Tentou entrar em algumas igrejas evangélicas, lá os pastores só pregavam
exaltando o poder de satã e a maneira como combate-lo, pouco se falava do pai
celestial.
Jesus e grande pai lá em cima estavam triste com tudo isto!
A noite acabou e dentro das casas ele só via o povo a comer e beber, o amor não
existia e em outros lugares a situação ainda estava pior porque também não havia
paz.
Muitos lutavam pela liberdade que é o maior de todos os bens do homem ao longo
de sua existência.
O natal passou e Jesus voltou para a casa de seu pai sem poder comemorar com a
grande família que o pai eterno deixou na terra.
O natal havia perdido o seu sentido máximo, que é a confraternização entre as
pessoas e famílias porque estava sendo difícil haver amor na terra. Então, Jesus
chorou por ter visto como o homem havia se afastado do pensamento e desejo do
criador.

Esperança

Esperança - Ivone Sacchetto (Retirado do Livro Fragmentos)

O vento do mar cortou meu caminho
E me soprou num sussurro
Que o murmúrio das ondas
Falava de lendas, amor e carinho.

E o pássaro perdido,
Ferido e sozinho,
Pousou na incerteza
Da minha esperança
E me fez desejar
Ser de novo criança.

Criança feliz
De um mundo mais terno,
Sem guerras, sem ódios, torturas,
Só paz.
Um mundo no qual
O amor fosse eterno
E a esperança
Morresse jamais.

Felicidade

Felicidade - Ivone Sacchetto (Retirado do Livro Fragmentos)

Durmo sonhando
Com o feliz amanhã que virá.

Acordo cedo,
Corro a te buscar,

Mas vem a noite
E não consegui te achar.

Diga p'ra mim:
Onde tu estás?

Já não sei mais
Onde te procurar!

Eu quero, eu preciso 
Te encontrar.

Quando

Quando - Ivone Sacchetto (Retirado do Livro Fragmentos)

Quando você sonhar,
Sonhe os mais lindos sonhos
Que sua mente possa imaginar.
Quando você pensar,
Projete com firmeza
Tudo o que você deseja realizar.
Quando você sorrir,
Procure com certeza
Esta alegria conservar.
Quando você for feliz,
Saiba sua felicidade
Com os amigos partilhar.
Mas, quando for infeliz,
Chore baixo, sem alarde,
Nada nem ninguém poderá lhe consolar.

Para Alguém

Para Alguém - Ivone Sacchetto (Retirado do Livro Fragmentos)

Alguém
Que foi tudo que eu quis,
Alguém
Pra quem eu tudo fiz,
Alguém que muito desejei feliz.
Alguém
Que não sou entender
Ternura, amor e amizade
E transformou a vida em ansiedade.
Alguém
Que tanto me magoou
E fez-me conhecer a dor
Alguém
Que, em troca, deu-me desamor.
Alguém
Que, apesar da mágoa
Profunda e triste de sentir-me nada,
Muito desejo, ao longo da jornada,
Para esse Alguém,
Só luz, paz e amor.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A pianista

Mais um conto de Yonara Costa, de “Histórias de amor dos outros”.
Eles se conheceram num recital na sala Cecília Meireles. Ela, no piano. Ele, na plateia. Percebeu de imediato que ela tinha mãos pequenas para o piano. Ficou atento aos movimentos daquela mulher que lhe parecia uma bailarina: leve e delicada. Não sabia o que mais o seduzia, a música ou aquela figura feminina. Em época de masculinização e vestuário hippie, era agradável ver uma mulher de cabelos penteados, vestido e maquiagem leve. Tinha a impressão de que a qualquer momento, ela sairia rodopiando pelo palco para completar a sua fantasia.
Ao término da apresentação, foi cumprimentá-la. Disse-lhe que sua música parecia com um texto de Vinicius de Moraes. Ela respondeu: “é o meu poeta favorito”. Para impressioná-la declamou alguns versos do poetinha. Embora já tivesse passado da idade de acreditar em amor à primeira vista, ela ficou encantada com aquela aparência máscula que lhe recitava versos. Foi quando ele pegou as mãos dela e disse “não são mãos de pianista, são pequenas”. Ela recebeu o comentário como um elogio, fora difícil ganhar agilidade ao piano com dedos curtos, teve de treinar muito para conseguir. Agradeceu com um sorriso. Trocaram telefones.
No meio da semana, ele ligou, disse que estrearia no teatro Gota d’água, de Chico Buarque, com Bibi Ferreira no papel de Medeia. “Não gostaria de me acompanhar?” Ela disse que sim. Ficou feliz com a possibilidade de conhecer melhor alguém que comungava os mesmos gostos: música, Vinicius, Chico. Ele ficou de buscá-la em casa, em Santa Teresa. Ela achou gentil. No caminho, ela falava do prazer de deixar o carro na garagem, descer de bondinho e resolver os afazeres a pé. Ele morava na Tijuca, era funcionário público, definia-se como uma alma livre num corpo preso às obrigações do dia-a-dia. Gostaria de ser poeta, mas lhe faltara vocação ou incentivo ou os dois.
A peça foi maravilhosa! Saíram do teatro conversando sobre o amor de Medeia por Jasão e a distinta forma de amar entre homens e mulheres. Ainda que ele não quisesse discutir desnecessariamente, disse que homens e mulheres amam da mesma forma, mas foram educados para demonstrar de maneira diferente. Ela ficou reflexiva. Gostou de ter alguém ao lado com quem pudesse falar de ideias e sentimentos. Depois do teatro foram ao Amarelinho para um chope com a proposta de fecharem a noite caminhando pelo Aterro.
A conversa fluía. Política, artes. Quando de repente ele pegou a mão dela e disse de uma só vez: “sou casado”. Ela ficou paralisada na cadeira. Silêncio. Ele pagou a conta. Ela levantou-se e caminhou sem esperá-lo. Ele a alcançou. “E o passeio no Aterro?” Ela olhou  nos olhos dele e disse gravemente: “Não caminho ao luar com senhores casados”. E foi-se embora.
A lembrança de um encontro que seria perfeito ficou fragmentada para os dois. Os dias que se seguiram foram difíceis. A semana parecia se arrastar quando ele ligou, perguntou se poderiam ser amigos, ela disse que sim. Amizade independia de estado civil. Passaram a se ver com frequência. Era estranho, ele chegava no final da tarde, ela o esperava com bolo e chá. Conversavam sobre um novo trabalho dela, ele mostrava alguns poemas. Antes de anoitecer caminhavam pelo Largo dos Guimarães.
Ele tinha a esperança de que um dia ela mudaria de idéia. Ela seguia irredutível, mas não conseguia dispensar a companhia dele, ainda assim ambos sabiam que aquele convívio já era uma história de amor.
Tudo parecia imutável até o aniversário da pianista. Ele foi o primeiro a chegar cheio de expectativas. Flores e poemas. Ela estava brilhante. Num impulso, eles se beijaram como se fossem um casal de namorados. Ela ficou paralisada como no dia em que ele contou que era casado. Disse que se o gesto se repetisse não poderiam manter a amizade. Ele se desculpou, foi embora. Sem ele, o aniversário foi triste.
Na semana seguinte, ela ficou doente, uma febre alta. Terminou as aulas particulares mais cedo e foi para a cama. Ele chegou no fim da tarde e cuidou dela por toda noite. Durante o delírio febril, ela chamava por ele que apertava uma mão na outra. “Estou aqui, minha bailarina.”
Os anos se passaram. Tantos. Ela não sabia se havia desistido do amor ou o amor desistido dela. Ou se aquela forma de amar era suficiente. Muitas vezes ele pensava em contar que vivia um casamento de conveniências, que tentara se separar quando a conheceu, mas resolvera esperar os filhos ingressarem na faculdade, depois se casarem, depois... ah... Talvez ela o aceitasse. Talvez não quisesse sequer ouvir essa história que se parece com tantas outras. Ainda assim, ele chegava no final da tarde, quando ela o esperava com bolo e chá.
Ele se aposentou e as visitas ficaram escassas. Ela sentiu a falta dele, mas não se deixou abater, pensou em tantas coisas que ainda não havia feito, nos lugares que ainda não havia visitado. Resolveu viajar, compor mais. Foi quando surgiu um concurso para composições inéditas. Trabalhou a semana inteira na música, sentiu-se muito feliz quando concluiu a canção. E saiu esfuziante pelas ladeiras de Santa Teresa a fim de registrar a composição na Biblioteca Nacional. Desceu no bondinho cantarolando. Seguiu caminhando, ao chegar à Cinelândia tinha apresentação da banda dos Fuzileiros Navais em homenagem aos 99 anos do Theatro Municipal, eles tocavam “Chega de saudade”.  A música contagiava quem passava, como se as pessoas diminuíssem o ritmo para poder ouvir. De repente ela virou-se em direção ao Theatro Municipal. Era ele. Os cabelos mais grisalhos, parecia mais magro. Ainda era o homem por quem seu coração batia descompassado. Ele a viu, estava pronto para atravessar a rua na direção dela.
“A realidade é que sem ela não há paz / não há beleza”.
Era tão bom vê-lo. Ele correu na direção dela. Saudade das tardes vividas em Santa Teresa. “Mas se ela voltar / se ela voltar / que coisa linda / que coisa boa”.
Tudo aconteceu tão rápido. Como se a música tivesse congelado só ficou o movimento dele atravessando no sinal, uma moto avançando e ele sendo atropelado. Ela gritou. Correu na direção dele. Tudo à volta parecia normal. A orquestra tocava agora “Felicidade”. As pessoas continuavam seus percursos. “A felicidade é como a gota / de orvalho numa pétala de flor / Brilha tranquila / Depois de breve oscila / E cai como uma lágrima de amor”.
O corpo estirado no chão. As últimas palavras dele: “minha bailarina”. Os olhos que se fecham para não mais abrir. O mundo de possibilidade encerrado em alguns instantes.
P.S.: Para quem quiser conhecer mais sobre o trabalho de Yonara, temos alguns exemplares em nossa biblioteca para empréstimo. Aproveitem!

Yonara Costa

Com mestrado em Literatura Brasileira pela UFRJ, trabalha no Colégio Estadual Adino Xavier há 12 anos e no Sesi há 10. Educadora por ideal, coordena os projetos “Além do que os olhos vêem” (leitura para cegos e trabalhos voluntários), “Vidas Gonçalenses” (resgate da história de pessoas da cidade) e “Rádio Cidadã” (discute os problemas da comunidade). O projeto “Além do que os olhos vêem” ficou em segundo lugar no prêmio Escola Voluntária. A premiação aconteceu em São Paulo, com a participação de 600 concorrentes. Em 2008, a autora conquistou o primeiro lugar no concurso “Rio Biografias”.  
Este ano lança “As minhas histórias de amor dos outros”. O livro, que sai pela Editora Caetés, reúne dez contos de histórias de amor. A Cidade Maravilhosa serve como cenário para a maioria dos romances.
Segundo Francisco Venceslau dos Santos, editor da obra e professor de Letras/Teoria da Literatura da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), a obra levará os leitores a experimentarem as tensões e limites entre o horizonte da realidade cotidiana e o sonho, o devaneio, a metafísica da poesia.
Sobre a criação literária, afirma Yonara: “Acredito que a vida é um grande tecido em que muitas pessoas colaboram com fios, bordados e tintas. A minha escrita é a minha tecitura sobre o mundo, sobre o amor, sobre a educação”.
A seguir, temos “Depois do amor”, um dos contos de “As minhas histórias de amor dos outros”.  Deleite-se!


– Seu corpo parece uma pintura! Exclamei baixinho.
– Uma pintura?! De que época?
Ah não! Lá vamos nós para aquele papo intelectual e agora para o campo das artes que eu não domino... opto pelo silêncio para ver se ela esquece... mas...
– Que tipo de pintura? Insistiu toda dengosa.
Ela poderia simplesmente aceitar o elogio. Quantas mulheres ficariam extasiadas por terem o corpo comparado a uma pintura?
– Ahãn... deixa eu ver... não é cubista...
– Não tem formas geométricas, é isso?
Se eu dissesse que era cubista, no mínimo ela ficaria aborrecida, iria lembrar aquelas mulheres estranhamente representadas por triângulos, quadrados... mas como eu não disse... mulheres, não há elogios que as satisfaçam. Vamos inverter o jogo:
– Que pintura você queria ser?
– Eu queria que me vissem como uma pintura clássica, mas queria ser impressionista.
– Impressionista? É aquele negócio da luz...
– Sim, os artistas pintavam muitas vezes a mesma cena em vários momentos do dia: ao amanhecer, às doze horas, ao anoitecer...  e o impacto da luz sobre as pessoas e os lugares criava obras diferentes, embora o cenário fosse o mesmo.
Preciso de uma resposta inteligente antes que ela coloque a roupa. Adoro vê–la nua. Ele se inibe e se veste... ai... essa mania insuportável de ficar vestida o tempo tendo um corpo tão bonito...
– Eu não me importaria em perder a orelha se conseguisse captar a beleza do seu corpo sob essa luz do crepúsculo...
– Que lindo, meu amor!
Bola dentro, ufa!!!
– Embora van Gogh esteja mais para expressionista.
Bola fora! Lá vamos nós para mais uma aula:
– Acontece, meu amor, que enquanto o fundamental para o impressionismo é a luz, para o expressionismo é o olhar do artista, ele pinta o que vê não com os olhos do corpo, mas com os olhos da alma.
– Agora você foi fundo, mas para captar a sua imagem nua, preciso vê–la sem roupa mais vezes.
– Pra quê, meu amor? Quanto mais você me vê vestida, mais vontade tem em tirar a minha roupa... isso não é bom? Se me vir sempre nua, vai enjoar de mim.
Sei que não vou enjoar, seria capaz de fazer um juramento, porém também sei que não vai adiantar, ela não acreditaria.
Meu sonho sempre foi me apaixonar por uma mulher burra, muito burra, aquela que não tem argumento algum. Que obedece... que não questiona... De preferência ninfomaníaca, é isso: bonita, burra e ninfomaníaca. Eu seria simplesmente feliz.
Pronto! Lá vai ela em direção ao roupão... ai... colocou o roupão. Agora teremos aquela sequência infeliz: roupão, banho, roupas, muitas roupas. Um beijo na testa e adeus. Última chance de dizer algo que a faça voltar para a cama. Lá vou eeeu!
– Não foi uma tela de Monet que deu nome a esse movimento, impressionismo?
– Sim.
Ela voltou interessada nos meus conhecimentos, e esqueceu–se do nó do roupão que ficou meio frouxo, dava para ver a fenda entre os seios, o umbigo e um pedacinho do seu ventre. Eu tinha certeza de que era proposital. Ela emenda:
– "Impressão, nascer do sol", acho que era isso...
– Também não foi ele que pintou uma mulher e depois casou–se com ela?
– Sim, Camille alguma coisa... uma história de amor um pouco triste.
– Eu não sei pintar, não sei esculpir, não sei fazer versos...
Nesse exato momento, ela veio aproximando–se da cama, tinha de fechar a frase com perfeição. Ela passou a mão pelos cabelos, jogou a cabeça de lado, deu um meio sorriso e ficou esperando o desfecho do meu raciocínio:
Eu não consigo pensar em nada brilhante para terminar. Que droga!!!
– Mas sei admirar a pintura que é você.
Quando ela sorri dessa forma, eu nunca sei se me dei bem ou não, é um ar meio tímido que nem combina com ela, depois abaixa os olhos, agora cabelos atrás da orelha.
– Sabe? Quer admirar mais?
Roupão aberto, cortina fechada, luzes apagadas e fim do texto...

domingo, 31 de outubro de 2010

Ivone Sacchetto

Um dos nossos convidados na 2ª edição do Diálivros - Atos de Criação é a Ivone Sacchetto.

Biografia

Empresária atuante no ramo de bolsas, acessórios e brindes personalizados, Ivone Sacchetto administra uma das fábricas da família. Ama o que faz, dedicando a maior parte do tempo à sua vida profissional. 
Nasceu em Juiz de Fora (MG) e lá viveu sua infância e adolescência, dedicando-se ao esporte, notadamente à ginástica sueca e ao vôlei, à música (teoria musical, solfejo e acordeão) e aos estudos curriculares normais, os quais cursou, com destaque, no Colégio Santa Catarina, onde formou-se em Contabilidade. Posteriormente, dedicou-se também ao estudo de violão, ioga e balé estético.
Ela tem um gosto especial pelos estudos em geral e, principalmente, pela Literatura, daí, talvez, o fato de ter começado a escrever ainda na pré-adolescência, tendo seus primeiros artigos publicados no jornal do colégio O Elo.
Ao casar-se, Ivone transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde criou sua família, formada por uma filha, Adriana Fraya, médica, Newerton, advogado, o caçula, Newtom Júnior e Norton, empresários, os quais já lhe deram quatro netos: Frederico, Mariana, Isabela e Hyago.
Durante 15 anos dedicou grande parte de seu tempo ao trabalho filantrópico, prestando serviços à Casa da Amizade da Família Rotária da Cidade do Rio de Janeiro, da qual foi presidente no período 1978/1979, assinando, durante algum tempo, uma coluna de jornal de bairro Correio de Jacarepaguá, no qual publicava notícias desta e de outras entidades co-irmãs, tendo muitos de seus artigos e palestras sido republicados em revistas e boletins rotários.
Em 1979, participou de um concurso literário lançado pelo Rotary Club RJ Tijuca, tendo seu trabalho sido premiado e publicado no livro Isto é Rotary, comemorativo dos 30 anos do clube, e, em 1986, participou da coletânea Com a boca no mundo.
Ivone Sacchetto pertence à UBT (União Brasileira de Trovadores - Seção Juiz de Fora), tendo participado de alguns concursos literários, com trovas premiadas nesta cidade, entre elas "Ponta Grossa", "Taubaté" e "Búzios", muitas das quais republicadas em coletâneas. Nas artes plásticas, dedicou-se à pintura em porcelana.
Em 1993, tornou-se sócia do Rotary Club RJ Guanabara, considerando a filosofia rotária um canal através do qual pode o ser humano tornar real a concretização do sonho de um mundo melhor para todos. 
A autora é espiritualista, acredita que a vida terrena é a maior oportunidade nos dada por Deus pára o crescimento e a evolução espiritual.

Atos de Criação

O ato de criar é muito amplo. Por isso tivemos o cuidado de estabelecer um critério para a relação dos nossos livros, pois toda Literatura é um ato de criação.
Para o nosso segundo encontro, os livros foram selecionados da seguinte maneira: livros dos nossos autores convidados e livros de contos, crônicas e poesias onde podemos, em leitura rápida, conhecer um pouco mais desse mundo criativo dos autores.

A biblioteca funcionará normalmente dia 01/11/2010, Segunda-feira, e ainda temos o dia 03/11/2010,Quarta-feira, para empréstimos dos livros.

Segue a relação abaixo:

Reflexões De Adolescentes ( Francisco Evandro)
Pérolas Nascentes (Francisco Evandro)
Fragmentos (Ivone Sacchetto)
As Minhas Histórias De Amor Dos Outros (Yonara Costa)
Um País Chamado Infância (Moacyr Scliar)
Poesia Brasileira-Romantismo ( Antologia-coletânea-vários autores)
Contos Sobre Tela (coletânea-vários autores)
De Conto Em Conto (coletânea-vários autores)
As Melhores Crônicas De Fernando Sabino
A Arte De Escrever Com Arte ( Ronald Claver)
A Prosa Do Mundo (coletânea-vários autores)
Prosas Urbanas (coletânea-vários autores)
Poeme-se (Tatiane Martins)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Criação Literária

“...inflamado pela ilusão de tornar escritor, mas deprimido por não saber que passos dar, por onde começar a cristalizar em obras essa vocação que me parecia um comando peremptório: escrever histórias que deslumbrassem seus leitores da forma como me haviam deslumbrado as dos escritores que eu começava a instalar no meu panteão particular...”
Llosa, Mario Vargas. Cartas a um jovem escritor.
É interessante como a produção está intimamente ligada à leitura...
Apesar da criação ser a elaboração de algo novo, precisa-se de “material” para a construção. Esse material é amplo: leituras, vivências, convivências, sonhos (realidade e ficção). Ao mesmo tempo ninguém escreve ao léu a escrita é imaginada, idealizada para alcançar leitores, “deslumbrá-los”. Todos criamos, todos os dias, uma vida, um mundo, mas tememos tanto o mundo que imaginamos, que esquecemos que somos nós que o escrevemos e acabamos nos limitando. Não nos limitemos mais, viva a criação!
Luciana Soares

Projeto Colheita Feliz



O projeto Colheita Feliz nasceu em resposta às críticas de alunos do CEJLL sobre a pouca variedade no acervo da biblioteca. Seu objetivo é a arrecadação de livros através de doações.
Procurando bem, todo mundo tem livros em casa que já foram lido e relidos milhares de vezes, e que agora estão “esquecidos” na estante, não é mesmo? Então, por que não doá-los a uma instituição que irá garantir a sua conservação, dando a várias pessoas a oportunidade de lê-los? Afinal, ler é uma das melhores maneiras de se adquirir cultura, além de ser MUITO divertido!
Participe! Com todos ajudando, estaremos melhorando não só a biblioteca do nosso colégio, mas também a convivência entre todos do CEJLL.
Taynara Lougon


Colabore com a divulgação verde deste evento, usando nossa arte em sua área de trabalho.
Antes de imprimir, reflita sobre sua responsabilidade e compromisso com o MEIO AMBIENTE.

No orkut do Diálivros : Plano de Fundo

Aberta a 2ª Edição: "Criação Literária"



Uma clássica frase afirma que todo ato criativo é “composto de 10% de inspiração e 90% de transpiração”. Para Clarice Lispector, escrever é algo “duro como quebrar rochas”. Os mais otimistas, como Manoel de Barros, vivenciam a escritura como um permanente encantamento das palavras. Outros vêem o ato de escrever como o motivo para manterem-se vivos, ou como aquilo que marcará a sua passagem pelo mundo.
A fim de desvendar este mistério, o projeto DiáLivros, em sua segunda edição, irá debater as dores e as delícias da escritura literária. Para isso, contará com a presença dos escritores Francisco Evandro, Yonara Barros e Ivone Sacchetto, que falarão um pouco de sua trajetória e lerão trechos de suas obras.
Nosso encontro está marcado para o dia 04 de novembro, às 09 horas, no Auditório. Para participar, você deve se inscrever na Biblioteca do CEJLL, no horário de 09 às 15 horas. Pedimos que, nesta ocasião, você leve um livro para doação, colaborando assim com a campanha “Colheita Feliz”.
Do twitter (www.twitter.com/dialivros) e no orkut (http://www.orkut.com.br/Main#Profile) e de nossa comunidade no orkut, ou nos visite na Biblioteca, onde temos títulos de todos os autores participantes para empréstimo.
E lembre-se, este evento também é seu! Participe!
Equipe Diálivros


Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Carlos Drummond de Andrade, Procura da poesia

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Mitologia Hinduista

   Olá, Pessoal! Após muitas pesquisas e com muito pesar, resolvi não escrever sobre todos os deuses do panteon hindu, não por nada, mas porque todos são tão importantes que não queria deixar nada de fora, por isso optei por escolher um deus em particular que chamou muito a minha atenção: Lord Ganesha.
   Vocês sabiam que na Mitologia Hindu o nome do deus Ganesha deve ser chamado antes de qualquer trabalho?  Sim, eu também não sabia. Ao longo deste post vamos aprender um pouco mais sobre esse deus que é tão venerado na índia.

   Ganesha é o primeiro Deus a ser reverenciado em todos os rituais Hindus. Está nas portas dos templos e casas protegendo as suas entradas. Ganesha é o Deus que remove todos os obstáculos, ele é o protetor de todos os seres. Ele também é o Deus do conhecimento. Ganesha representa o sábio, o homem em plenitude, e os meios de realização. Sua figura revela um significado profundo e necessita ser desdobrada.

Sobre sua origem
  
   Ganesha é filho de Shiva e Parvati. Shiva é o Deus criador do Yoga, vivia nas montanhas dos Himalayas e raramente visitava sua esposa Parvati. Shiva e Parvati abraçados são a representação do Tantra. Os Puranas dizem que a relação sexual durava milênios ,mas Shiva não ejaculava, tinha completo domínio (Vama Tantra), assim Shiva não tinha filhos. Parvati gostava de se preparar para receber Shiva, mas todos os guardiões falhavam quando se tratava de Shiva, assim Parvati resolveu ter o seu próprio filho e guardião; retirou de si o material e deu vida a criança, Ganesha aprendeu a lutar bravamente e se tornou o guardião de seus aposentos. Um dia Shiva chegou e quis entrar, Ganesha bloqueou sua entrada. Shiva não aceitou de ser impedido de entrar e ordenou que seus guardas lutassem, Ganesha venceu todo o seu exército então Shiva lutou até decaptar Ganesha. Parvati chorou muito e reinvidicou que Shiva devolvesse a vida a seu filho, Shiva disse que ele não podia ser seu filho, realmente ele era somente filho de Parvati - a matéria mortal, assim Shiva ordenou que seu exército fosse para o norte e que trouxessem a primeira cabeça de um ser vivo que encontrassem; encontraram um elefante. Shiva colocou a cabeça de elefante sobre o corpo do menino e deu vida a ele. Parvati exigiu que Ganesha fosse o primeiro a ser reverenciado em todos os rituais. Ganesha passou a ser filho também de Shiva e se tornou um Deus.

Leonam Monteiro

Mais informações sobre este post: http://www.yogalotus.com.br/ganesha.htm
Sobre os outros deuses hinduistas:

domingo, 26 de setembro de 2010

Download de Livros

Olá, pesso@s!

Mitologia é um assunto que me fascina desde sempre, e ao qual dediquei muito tempo das minhas leituras. É impressionante como este assunto tem uma bibliografia vasta e de qualidade! Entretanto, como tudo nessa vida, é necessária uma boa dose de critério na pesquisa, para que não se compre “gato por lebre”.

A fim de ajudá-los, indico alguns livros que, além de muito interessantes, são considerados referências no assunto.

Uma boa leitura e um ótimo domingo. Amplexos!

RONY LEAL


O Livro de Ouro da Mitologia (Ilustrado) – Thomas Bulfinch




A guerra de Tróia, Hércules, Minerva, Midas, as divindades rurais, as mitologias oriental e nórdica, os druidas, são alguns dos temas tratados nessa obra que conquistou milhares de pessoas. Você leitor ficará fascinado com as mais encantadoras histórias e adquirirá conhecimentos indispensáveis à sua formação cultural.


Mitologia Grega (03 volumes) – Junito de Souza Brandão


 
Considerado um dos maiores especialistas do assunto no país, o Prof. Junito de Souza Brandão nos presenteia com uma obra monumental, leitura obrigatória para os estudiosos da cultura helênica de todo o mundo.

Endereço onde podem ser obtidos os links para os três volumes:

 

Dicionário de Mitologia Grega e Romana - Mario da Gama Kury



 
Com aproximadamente 3.000 verbetes, este dicionário é fundamental para o conhecimento das civilizações grega e romana, sua pré-história, sua mentalidade, sentimentos, instituições. Como a mitologia grega chegou í nossa língua a partir da mitologia romana, as formas tradicionais dos nomes próprios são seguidas, aqui, das formas originais gregas transliteradas em caracteres latinos.

Revista Super Interessante, Especial – O Livro das Mitologias




Um guia completo de deuses, heróis e lendas
Poderosos Gregos
Um panteão cheio de intrigas que moldou o ocidente
Os egípcios e a morte
Criaturas que ajudavam os faraós a ir desta para a melhor
Origens africanas
Seres que migraram para o Brasil com os escravos
Forças sobre-humanas
Histórias contadas em todos os cantos do planeta
Indianos
Um panteão com milhares de divindades
Nórdicos
Lendas de um povo guerreiro que revelou novos mundos
Celtas
Lendas que começam antes de Cristo e seguem pela Idade Média
Mitologia hoje
Seja humano, seja herói!
Psicologia
Arquétipos: o nosso programa básico.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Monteiro Lobato

José Bento Monteiro Lobato (1882-1948), escritor, ensaísta, editor, missivista, pedagogo, diplomata, economista, financista, humorista, crítico de arte, poeta e, sobretudo, patriota, é considerado um dos maiores escritores da nossa Literatura e figura maior da Literatura infanto-juvenil.

Ainda que opositor ferrenho ao Modernismo e à sua estética, a qual combateu vivamente (seu artigo, Paranóia ou mistificação?, sobre a exposição de Anita Malfatti, foi o seu ato mais veemente), comungava com os modernistas do desejo de resgate e elevação da cultura brasileira, sobretudo das manifestações populares.

Habilidoso na reeleitura e/ ou adaptação do fabulário medieval europeu, da cultura greco-latina e na herança afro-indígena brasileira, Lobato mostrou-se magistral na adaptação destas histórias ao universo infantil, dando-lhes um sabor nacional, e permitindo a suas personagens, sobretudo Emilia (que, segundo alguns críticos, seria seu alter-ego) desenvolver a crítica que lhe foi peculiar ao longo da vida.

As obras abaixo relacionadas, de cunho inconstestavelmente popular, constituem-se em verdadeiros tratados de mitologia comparada, em que Lobato permite-se não apenas o relato, mas a reflexão crítica em torno dos mitos greco-latinos, além de promover o resgate (e em muitos casos, a apresentação) da mitologia brasileira, fruto de nossa fabulosa miscigenação.

RONY LEAL

O Saci 

 Monteiro Lobato apresenta os principais mitos do folclore brasileiro neste livro lançado pela primeira vez em 1921. Guiados pelo Saci Pererê, numa aventura de tirar o fôlego, enfrentamos os perigos da escuridão e descobrimos junto com Pedrinho os segredos da mata e de suas incríveis criaturas.
O Saci Pererê: resultado de um inquérito

Este livro permaneceu fora da bibliografia de Monteiro Lobato e longe do alcance dos leitores por mais de oito décadas. Lançado em 1918, reunindo depoimentos sobre o mito mais popular no país, não foi incluído por seu autor nas Obras Completas publicadas em 1946. Nascido de uma investigação pioneira para estabelecer os conteúdos lendários e comportamentais do saci na perspectiva dos leitores de jornal, ao aplicar uma técnica de coleta de dados inédita, Lobato revitalizou o folclore e a cultura popular, trazendo para o centro dos debates a questão do desenraizamento que afetava boa parte da nossa intelectualidade.

O Minotauro 

Tia Nastácia desapareceu! Para descobrir seu paradeiro a turminha faz uma viagem à Grécia antiga junto com Dona Benta. Na expedição de resgate da cozinheira enfrentam perigos e seres mitológicos como o Minotauro. Leia esta história escrita por Monteiro Lobato e saiba como eles conseguem salvá-la e trazê-la de volta ao Sítio do Picapau Amarelo.
Os 12 trabalhos de Hércules

Publicado pela primeira vez há mais de 60 anos, o livro faz parte de uma coleção de Monteiro Lobato que adapta contos de fadas e clássicos da literatura para as crianças. É uma maneira divertida de conhecer as lendas gregas.

Depois de conhecer Hércules em um trecho de O Minotauro – uma das muitas histórias que Dona Benta contou para os seus netos-, Pedrinho fica entusiasmado com as proezas do herói e convence a turma do Sítio do Picapau Amarelo a partir em uma aventura pela Grécia Antiga. Um pouco de pó de pirlimpimpim, um, dois, três e... lá vão eles! Emília, o Visconde de Sabugosa e Pedrinho voltam mais de 2 mil anos ao passado bem a tempo de ajudar Hércules em suas aventuras.


Fontes:

http://lobato.globo.com/edglobo.asp (adaptado).
http://thiagofragata.blogspot.com/2007/08/monteiro-lobato-o-folclorista.html



Mitologia Brasileira

A Mitologia Brasileira é baseada em lenda ou até historia que acabam virando cultura do Brasil,
a maioria são criados por trabalhadores do interior .

Leia algumas citadas abaixo.

Lobisomem


Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.


Mãe-D'água

Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água: a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.



Corpo-seco

É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.



Pisadeira

É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago

Mitos do Império Asteca - Civilizações Pré-Colombianas.

Você sabia que alguns  povos que jamais mantiveram contato entre si, desenvolveram soluções semelhantes para seus problemas? Por exemplo, a maioria das civilizações antigas dependia muito da agricultura, que estava sujeita às mudanças climáticas, períodos de seca, de chuvas etc. Por isso, em várias culturas, de diferentes épocas e lugares, encontramos divindades ligadas à chuva, aos trovões e à fertilidade: ZEUS, na mitologia grega, THOR, na mitologia nórdica, TIÁLOC, na mitologia asteca.
Outro mito importante na cultura Asteca, foi o de QUETZACOLTL, deus com a aparência de uma serpente de plumas. Segundo o mito, no passado,Quetzacoltl  tirou ossos do inferno e regou-os com o seu próprio sangue, concedendo-lhes vida. Assim, para os astecas, os seres humanos descendiam desses ossos que foram regados pelo sangue de Quetzacoltl. Quem teria imposto os sacrifícios humanos foi TEZCATLIPOCA, deus da noite, que teria expulso Quetzacoltl da cidade de Teotihuacán.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Deuses egípcios


Já que já fomos apresentados a mitologia egípcia, aqui vai os deuses que eram tão respeitados por esse povo.


Deuses:

O que representavam:
Sol (principal deus da religião egípcia)
Toth
Sabedoria, conhecimento, representante da Lua
Anúbis
Os mortos e o submundo
Bastet
Fertilidade, protetora das mulheres grávidas
Hathor
Amor, alegria, dança, vinho, festas
Hórus
Céu
Khnum
Criatividade, controlador das águas do rio Nilo
Maet
Justiça e equilíbrio
Ptah
Obras feitas em pedra
Seth
Tempestade, mal, desordem e violência
Sobek
Paciência, astúcia
Vida após a morte, vegetação
Amor, magia
Tefnut
Nuvem e umidade
Chu
Ar seco, luz do sol
Geb
Terra